CASTELÃ
            Por: Florbela Espanca
            
                Altiva e couraçada de desdém  
Vivo sozinha em meu castelo, a Dor...  
Debruço -me às ameias ao sol -pôr 
E ponho -me a cismar não sei em quem!  
 
Castelã da Tristeza vês alguém?!...  
- E o meu olhar é interrogador...  
E rio e choro! É sempre o mesmo horror  
E nunca, nunca vi passar ninguém!  
 
- Castelã da Tristeza, porque choras,  
Lendo toda de branco um livro de horas,  
À sombra rendilhada dos vitrais?...  
 
Castelã da Tristeza, é bem verdade,  
Que a tragédia infinita é a Saudade!  
Que a tragédia infinita é Nunca Mais!!            
            
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                Poema enviado em 23/05/2025