CASTELÃ DA TRISTEZA
            Por: Florbela Espanca
            
                Altiva e couraçada de desdém,  
Vivo sozinha em meu castelo: a Dor!  
Passa por ele a luz de todo o amor...  
E nunca em meu castelo entrou alguém!  
 
Castelã da Tristeza, vês?... A quem?...  
- E o meu olhar é interrogador - 
Perscruto, ao longe, as sombras do sol -pôr...  
Chora o silêncio...  nada... ninguém vem...  
 
Castelã da Tristeza, por que choras  
Lendo, toda de branco, um livro de horas,  
À sombra rendilhada dos vitrais?...  
 
À noite, debruçada pelas ameias,  
Por que rezas baixinho?... Por que anseias?...  
Que sonho afagam tuas mãos reai s?...            
            
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                Poema enviado em 23/05/2025