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A MINHA DOR

Por: Florbela Espanca

A vocĂȘ

A minha Dor Ă© um convento ideal
Cheio de claustros, sombras, arcarias,
Aonde a pedra em convulsÔes sombrias
Tem linhas dum requinte escultural.

Os sinos tĂȘm dobres de agonias
Ao gemer, comovidos, o seu mal...
E todos tĂȘm sons de funeral
Ao bater horas, no correr dos dias...

A minha Dor Ă© um convento. HĂĄ lĂ­rios
Dum ro xo macerado de martĂ­rios,
Tão belos como nunca os viu alguém!

Nesse triste convento aonde eu moro,
Noites e dias rezo e grito e choro!
E ninguĂ©m ouve... ninguĂ©m vĂȘ... ninguĂ©m...
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Poema enviado em 23/05/2025