reflexao
            AS MINHAS ILUSÕES
            Por: Florbela Espanca
            
                Hora sagrada dum entardecer  
Deus  Outono, à beira -mar, cor de safira,  
Soa no ar uma invisível lira...  
O sol é um doente a enlanguescer...  
 
A vaga estende os braços a suster,  
Numa dor de revolta cheia de ira,  
A doirada cabeça que delira  
Num último suspiro, a estremecer!  
 
O sol morreu... e veste luto o mar...  
E eu vejo a urna de oiro, a baloiçar,  
À flor das ondas, num lençol de espuma!  
 
As minhas Ilusões, doce tesoiro,  
Também as vi levar em urna de oiro,  
No Mar da Vida, assim... uma por uma...            
            
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                Poema enviado em 23/05/2025