MAIS TRISTE
            Por: Florbela Espanca
            
                É triste, diz a gente, a vastidão  
Do Mar imenso! E aquela vo z fatal  
Com que ele fala, agita o nosso mal!  
E a Noite é triste como a Extrema -Unção.  
 
É triste e dilacera o coração  
Um poente do nosso Portugal!  
E não veem que eu sou... eu... afinal,  
A coisa mais magoada das que o são!  
 
Poentes de agonia tenho -os eu  
Dentro de mim e tudo quanto é meu  
É um triste poente de amargura!  
 
E a vastidão do Mar, toda essa água  
Trago -a dentro de mim num Mar de Mágoa!  
E a Noite sou eu própria, a Noite escura!            
            
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                Poema enviado em 23/05/2025