CARAVELAS
            Por: Florbela Espanca
            
                Cheguei a meio da vida já cansada  
De tanto caminhar! Já me perdi!  
Dum estranho país que nunca vi  
Sou neste mun do imenso a exilada.  
Tanto tenho aprendido e não sei nada.  
E as torres de marfim que construí  
Em trágica loucura as destruí  
Por minhas próprias mãos de malfadada!  
Se eu sempre fui assim este Mar -Morto,  
Mar sem marés, sem vagas e sem porto  
Onde velas de son hos se rasgaram.  
Caravelas doiradas a bailar...  
Ai, quem me dera as que eu deitei ao Mar!  
As que eu lancei à vida, e não voltaram!...            
            
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                Poema enviado em 23/05/2025