SAUDADES
            Por: Florbela Espanca
            
                Saudades! Sim.. talvez.. e por que não?...  
Se o sonho foi tão alto e forte  
Que pensara vê -lo até à morte  
Deslumbrar -me de luz o cora ção! 
Esquecer! Para quê?... Ah, como é vão!  
Que tudo isso, Amor, nos não importe.  
Se ele deixou beleza que conforte  
Deve -nos ser sagrado como o pão.  
Quantas vezes, Amor, já te esqueci,  
Para mais doidamente me lembrar  
Mais decididamente me lembrar de ti!  
E quem dera que fosse sempre assim:  
Quanto menos quisesse recordar  
Mais saudade andasse presa a mim!            
            
            Acesse a página do poeta
            
                 16            
            
            
                Poema enviado em 23/05/2025