RUÍNAS
Por: Florbela Espanca
Se é sempre Outono o rir das Primaveras,
Castelos, um a um, deixa -os cair...
Que a vida é um constante derruir
De palácios do Reino das Quimeras!
E deixa sobre as ruínas crescer heras,
Deixa -as beijar as pedras e florir!
Que a vida é um contínuo destruir
De palácios do Reino das Quimeras!
Deixa tombar meus rútilos castelos!
Tenho ainda mais sonhos para erguê -los
Mais alto do que as águias pelo ar!
Sonhos que tombam! Derrocada louca!
São como os beijos duma linda boca!
Sonhos!... Deixa -os tombar... Deixa -os tombar.
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Poema enviado em 23/05/2025