SUAVIDADE
            Por: Florbela Espanca
            
                Poisa a tua cabeça dolorida  
Tão cheia de quimeras, de ideal  
Sobre o regaço brando e maternal  
Da tua doce Irmã compadecida.  
Hás de contar -me nessa voz tão querida  
Tua dor infantil e irreal,  
E eu, pra te consolar, direi o mal  
Que à minha alma profunda fez a Vida.  
E hás de ador mecer nos meus joelhos...  
E os meus dedos enrugados, velhos,  
Hão de fazer -se leves e suaves...  
Hão de poisar -se num fervor de crente,  
Rosas brancas tombando docemente  
Sobre o teu rosto, como penas de aves...            
            
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                Poema enviado em 23/05/2025