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PRINCESA DESALENTO

Por: Florbela Espanca

Minha alma é a Princesa Des alento,
Como um Poeta lhe chamou, um dia.
É revoltada, trágica, sombria,
Como galopes infernais de vento!
É frágil como o sonho dum momento,
Soturna como preces de agonia,
Vive do riso duma boca fria!
Minha alma é a Princesa Desalento...
Altas horas da noite ela vagueia...
E ao luar suavíssimo, que anseia,
Põe-se a falar de tanta coisa morta!
O luar ouve a minha alma , ajoelhado,
E vai traçar, fantástico e gelado,
A sombra duma cruz à tua porta...
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Poema enviado em 23/05/2025