DA MINHA JANELA
            Por: Florbela Espanca
            
                Mar alto! Ondas quebradas e vencidas  
Num soluçar aflito, murmurado...  
Vôo de gaivotas, leve, imaculado,  
Como neves nos píncaros nascidas!  
Sol! Ave a tombar, asas já feridas,  
Batendo ainda num arfar pausado...  
Ó meu doce poente t orturado  
Rezo -te em mim, chorando, mãos erguidas!  
Meu verso de Samain cheio de graça,  
Inda não és clarão já és luar  
Como um branco lilás que se desfaça!  
Amor! Teu coração traga -o no peito...  
Pulsa dentro de mim como este mar  
Num beijo eterno, assim, nunca desfeito!...            
            
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                Poema enviado em 23/05/2025