CONTO DE FADAS
            Por: Florbela Espanca
            
                Eu trago -te nas mãos o esquecimento  
Das horas más que tens vivido, Amor!  
E para as tuas chagas o unguento  
Com que sarei a minha própria dor.  
Os meu s gestos são ondas de Sorrento...  
Trago no nome as letras de uma flor...  
Foi dos meus olhos garços que um pintor  
Tirou a luz para pintar o vento...  
Dou-te o que tenho: o astro que dormita,  
O manto dos crepúsculos da tarde,  
O sol que é de oiro, a onda que palpita.  
Dou-te comigo o mundo que Deus fez!  
- Eu sou Aquela de quem tens saudade,  
A Princesa do conto: “Era uma vez...”            
            
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                Poema enviado em 23/05/2025