PASSEIO AO CAMPO
            Por: Florbela Espanca
            
                Meu Amor! Meu Amante! Meu Amigo!  
Colhe a hora que passa, hora divina,  
Bebe -a dentro de mim, b ebe-a comigo!  
Sinto -me alegre e forte! Sou menina!  
Eu tenho, Amor, a cinta esbelta e fina...  
Pele doirada de alabastro antigo...  
Frágeis mãos de madona florentina...  
- Vamos correr e rir por entre o trigo! – 
Há rendas de gramíneas pelos montes...  
Papoilas rubras nos trigais maduros...  
Água azulada a cintilar nas fontes...  
E à volta, Amor... tornemos, nas alfombras  
Dos caminhos selvagens e escuros,  
Num astro só as nossas duas sombras!...            
            
            Acesse a página do poeta
            
                 14            
            
            
                Poema enviado em 23/05/2025