🖋 Portal da Poesia 🖋

AS MINHAS MÃOS

Por: Florbela Espanca

As minhas mãos magritas, afiladas,
Tão brancas como a água da nascente,
Lembram pálidas rosas entornadas
Dum regaço de Infanta do Oriente.
Mãos de ninfa, de fada, de vidente,
Pobrezinhas em sedas enroladas,
Virgens m ortas em luz amortalhadas
Pelas próprias mãos de oiro do sol -poente.
Magras e brancas... Foram assim feitas...
Mãos de enjeitada porque tu me enjeitas...
Tão doces que elas são! Tão a meu gosto!
Pra que as quero eu - Deus! - Pra que as quero eu?!
Ó minhas mãos, aonde está o céu?
...Aonde estão as linhas do teu rosto?
Acesse a página do poeta
15
Poema enviado em 23/05/2025