AS MINHAS MÃOS
            Por: Florbela Espanca
            
                As minhas mãos magritas, afiladas,  
Tão brancas como a água da nascente,  
Lembram pálidas rosas entornadas  
Dum regaço de Infanta do Oriente.  
Mãos de ninfa, de fada, de vidente,  
Pobrezinhas em sedas enroladas,  
Virgens m ortas em luz amortalhadas  
Pelas próprias mãos de oiro do sol -poente.  
Magras e brancas... Foram assim feitas...  
Mãos de enjeitada porque tu me enjeitas...  
Tão doces que elas são! Tão a meu gosto!  
Pra que as quero eu - Deus! - Pra que as quero eu?!  
Ó minhas mãos, aonde está o céu?  
...Aonde estão as linhas do teu rosto?            
            
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                Poema enviado em 23/05/2025