TOLEDO
            Por: Florbela Espanca
            
                Diluído numa taça de oiro a arder  
Toledo é um rubi. E hoje é só nosso!  
O sol a rir... Vivalma... Não esboço  
Um gesto que me não sinta esvaecer...  
As tuas mãos tateiam -me a tremer...  
Meu corpo de âmbar, harmonioso e moço  
É como um jasmineiro em alvoroço  
Ébrio de sol, de aroma, de prazer!  
Cerro um pouco o olhar onde subsiste  
Um romântico apelo vago e mudo,  
- Um grande amor é sempre g rave e triste.  
Flameja ao longe o esmalte azul do Tejo...  
Uma torre ergue ao céu um grito agudo...  
Tua boca desfolha -me num beijo...            
            
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                Poema enviado em 23/05/2025