OUTONAL
Por: Florbela Espanca
Caem as folhas mortas sobre o lago;
Na penumbra outonal, nĂŁo sei quem tece
As rendas do silĂȘncio... Olha, anoitec e!
- Brumas longĂnquas do PaĂs do Vago...
Veludos a ondear... Mistério mago...
Encantamento... A hora que nĂŁo esquece,
A luz que a pouco e pouco desfalece,
Que lança em mim a bĂȘnção dum afago...
Outono dos crepĂșsculos doirados,
De pĂșrpuras, damascos e broc ados!
- Vestes a terra inteira de esplendor!
Outono das tardinhas silenciosas,
Das magnĂficas noites voluptuosas
Em que eu soluço a delirar de amor...
Acesse a pĂĄgina do poeta
4
Poema enviado em 23/05/2025