AMBICIOSA
            Por: Florbela Espanca
            
                Para aqueles fantasmas que passaram,  
Vagabundos a quem jurei amar,  
Nunca os meus braços lânguidos traçaram  
O vôo dum gesto para os alcançar...  
Se as minhas mãos em garra se cravaram  
Sobre um amor em sangue a palpitar...  
- Quantas panteras bárbaras mataram  
Só pelo raro gosto de m atar! 
Minha alma é como a pedra funerária  
Erguida na montanha solitária  
Interrogando a vibração dos céus!  
O amor dum homem? - Terra tão pisada!  
Gota de chuva ao vento baloiçada...  
Um homem? - Quando eu sonho o amor dum deus!...            
            
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                Poema enviado em 23/05/2025