VOLÚPIA
            Por: Florbela Espanca
            
                No divino impudor da mocidade,  
Nesse êxtase pagão que vence a sorte,  
Num frémito vibrante de ansiedade,  
Dou-te o meu corpo prometido à morte!  
A sombra entre a mentira e a v erdade...  
A nuvem que arrastou o vento norte...  
- Meu corpo! Trago nele um vinho forte:  
Meus beijos de volúpia e de maldade!  
Trago dálias vermelhas no regaço...  
São os dedos do sol quando te abraço,  
Cravados no teu peito como lanças!  
E do meu corpo os leves arabescos  
Vão-te envolvendo em círculos dantescos  
Felinamente, em voluptuosas danças...            
            
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                Poema enviado em 23/05/2025