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NERVOS DE OIRO

Por: Florbela Espanca

Meus nervos, guizos de oiro a tilintar
Cantam -me n a alma a estranha sinfonia
Da volúpia, da mágoa e da alegria,
Que me faz rir e que me faz chorar!
Em meu corpo fremente, sem cessar,
Agito os guizos de oiro da folia!
A Quimera, a Loucura, a Fantasia,
Num rubro turbilhão sinto -As passar!
O coração, numa imperial oferta.
Ergo -o ao alto! E, sobre a minha mão,
É uma rosa de púrpura, entrea berta!
E em mim, dentro de mim, vibram dispersos,
Meus nervos de oiro, esplêndidos, que são
Toda a Arte suprema dos meus versos!
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Poema enviado em 23/05/2025