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Oiço de novo o riso dos teus passos!

Por: Florbela Espanca

És tu que eu vejo a estender -me os braços
Que Deus criou pra me abraçar a mim!
Tudo é divino e santo visto assim.
Foram -se os desalentos, os cansaços..
O mundo não é mundo: é um jardim!
Um céu aberto: longes, os espaços!
Prende -me toda, Amor, prende -me bem!
Que vês tu em redor? Não há ninguém!
A terra? - Um astro morto que flutua...
Tudo o que é chama a arder, tudo o que sente
Tudo o que é vida e vibra eternamente
É tu seres meu, Amor, e eu ser tua!

É um não quer er mais que bem querer ; (Camões)

V
Diz-me, Amor, como te sou querida,
Conta -me a glória do teu sonho eleito,
Aninha -me a sorrir junto ao teu peito,
Arranca -me dos pântanos da vida.
Embriagada numa estranha lida,
Trago nas mãos o coração desfeito,
Mostra -me a luz, ensina -me o preceito
Que me salve e levante redimida!
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Poema enviado em 23/05/2025