Amar o sol da glória e a voz da fama
            Por: Florbela Espanca
            
                Que em clamorosos gritos se traduz!  
Com misericórdia, amar quem nos não ama,  
E deixar que nos preguem numa cruz!  
Sobre um sonho desfeito erguer a torre  
Doutro sonho mais alto e, se esse morre,  
Mais outro e outro ainda, toda a vida!  
Que importa que nos vençam desenganos,  
Se pudermos contar os nossos anos  
Assim como degraus duma subida?  
 
É um não querer mais que bem querer ; (Camões)  
 
IX 
Perdi os meus fantásticos castelos  
Como névoa distante que se esfuma...  
Quis vencer, quis lutar, quis defendê -los: 
Quebrei as minhas lanças uma a uma!  
Perdi minhas galeras entre os gelos  
Que se afundaram sobre um mar de bruma...  
- Tantos escolhos! Quem  podia vê -los? - 
Deitei -me ao mar e não salvei nenhuma!  
Perdi a minha taça, o meu anel,  
A minha cota de aço, o meu corcel,  
Perdi meu elmo de oiro e pedrarias...            
            
            Acesse a página do poeta
            
                 18            
            
            
                Poema enviado em 23/05/2025