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NAVIOS -FANTASMAS

Por: Florbela Espanca

O arabesco fantástico do fumo
Do meu cigarro traça o que disseste,
A azul, no ar; e o que me escreveste,
E tudo o que sonhaste e eu presumo.
Para a minha alma estática e sem rumo,
A lembrança de tudo o que me deste
Passa como o navio que perdeste,
No arabesco fantástico do fumo...
Lá vão! Lá vão! Sem velas e sem mastros,
Têm o brilho rutilante de astros,
Navios -fantasmas, perdem -se a distância!
Vão-me buscar, sem mastros e sem velas,
Noiva -menina, as doidas caravelas,
Ao ignoto País da minha infância...
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Poema enviado em 23/05/2025