ÉVORA
            Por: Florbela Espanca
            
                Évora! Ruas ermas sob os céus  
Cor de violetas roxas ... Ruas frades  
Pedindo em triste penitência a Deus  
Que nos perdoe as míseras vaidades!  
Tenho corrido em vão tantas cidades!  
E só aqui recordo os beijos teus,  
E só aqui eu sinto que são meus  
Os sonhos que sonhei noutras idades!  
Évora!... O teu olhar... o teu perfil...  
Tua boca sinuosa, um mês de Abril  
Que o coração no peito me alvoroça!  
...Em cada viela o vulto dum fantasma...  
E a minha alma soturna escuta e pasma...  
E sente -se passar menina -e-moça...            
            
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                Poema enviado em 23/05/2025