À JANELA DE GARCIA DE REZENDE
            Por: Florbela Espanca
            
                Janela antiga sobre a r ua plana...  
Ilumina -a o luar com o seu clarão...  
Dantes, a descansar de luta insana,  
Fui, talvez, flor no poético balcão...  
Dantes! Da minha glória altiva e ufana,  
Talvez... Quem sabe?... Tonto de ilusão,  
Meu rude coração de alentejana  
Me palpitasse ao lua r nesse balcão...  
Mística dona, em outras Primaveras,  
Em refulgentes horas de outras eras,  
Vi passar o cortejo ao sol doirado...  
Bandeiras! Pajens! O pendão real!  
E na tua mão, vermelha, triunfal,  
Minha divisa: um coração chagado!...            
            
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                Poema enviado em 23/05/2025