SONHO VAGO
Por: Florbela Espanca
Um sonho alado que nasceu num instante,
Erguido ao alto em horas de demência...
Gotas de água que tombam em cadência
Na minha alma tristÃssima, distante...
Onde está ele o Desejado? O Infante?
O que há de vir e amar -me em doida ardência?
O das horas de mágoa e penitência?
O PrÃncipe Encantado? O Eleito? O Amante?
E neste sonho eu já nem sei quem sou...
O brando marulhar dum longo beijo
Que não chegou a dar -se e que passou...
Um fogo -fátuo rútilo, talvez...
E eu ando a procurar -te e já te vejo!.. .
E tu já me encontraste e não me vês!...
Acesse a página do poeta
3
Poema enviado em 23/05/2025