[sem título]
            Por: Florbela Espanca
            
                Passam no teu olhar nobres cortejos,  
Frotas, pendões ao vento sobranceiros.  
Lindos versos de antigos romanceiros,  
Céus do Oriente, em brasa, como beijos,  
Mares on de não cabem teus desejos;  
Passam no teu olhar mundos inteiros,  
Todo um povo de heróis e marinheiros,  
Lanças nuas em rútilos lampejos;  
Passam lendas e sonhos e milagres!  
Passa a Índia, a visão do Infante em Sagres,  
Em centelhas de crença e de certeza!  
E ao sentir -te tão grande, ao ver -te assim,  
Amor, julgo trazer dentro de mim  
Um pedaço da terra portuguesa!            
            
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                Poema enviado em 23/05/2025