TARDE DE MÚSICA
            Por: Florbela Espanca
            
                Só Schumann, meu Amor! Serenidade...  
Não assustes os sonhos... Ah!, não varras  
As quimeras... Amor, senão es barras  
Na minha vaga imaterialidade...  
Liszt, agora, o brilhante; o piano arde...  
Beijos alados... ecos de fanfarras...  
Pétalas dos teus dedos feito garras...  
Como cai em pó de oiro o ar da tarde!  
Eu olhava para ti... “É lindo! Ideal!”  
Gemeram nossas vozes  confundidas.  
- Havia rosas cor -de-rosa aos molhos – 
Falavas de Liszt e eu... da musical  
Harmonia das pálpebras descidas,  
Do ritmo dos teus cílios sobre os olhos...            
            
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                Poema enviado em 23/05/2025