À MORTE
            Por: Florbela Espanca
            
                Morte, minha Senhora Dona Morte,  
Tão bom que deve ser o teu abraço!  
Lânguido e doce como um doce laço  
E como uma raiz, sereno e forte.  
Não há mal que não sare ou não conforte  
Tua mão que nos guia passo a passo,  
Em ti, dentro de ti, no teu regaço  
Não há triste destino nem má sorte.  
Dona Morte dos dedos de veludo,  
Fecha -me os olhos que já viram tudo!  
Prende -me as asas que voaram tanto!  
Vim da Moirama, sou filha de rei,  
Má fada me encantou e aqui fiquei  
À tua espera,.. . quebra -me o encanto!            
            
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                Poema enviado em 23/05/2025