SONHO MORTO
            Por: Florbela Espanca
            
                Nosso sonho morreu. Devagarinho,  
Rezemos uma prece doce e triste  
Por alma desse sonho! Vá... baixinho...  
Por esse sonho, amor, que não existe!  
Vamos encher -lhe o seu caixão dolente  
De roxas violetas; triste cor!  
Triste como ele, nascido ao sol poente,  
O nosso sonho... ai!... reza baixo... amor...  
Foste tu que o mataste! E foi sorrindo,  
Foi sorrindo e cantand o alegremente,  
Que tu mataste o nosso sonho lindo!  
Nosso sonho morreu... Reza mansinho...  
Ai, talvez que rezando, docemente,  
O nosso sonho acorde... mais baixinho...            
            
            Acesse a página do poeta
            
                 16            
            
            
                Poema enviado em 23/05/2025