AONDE?...
            Por: Florbela Espanca
            
                Ando a chamar por ti, demente, alucinada,  
Aonde estás, amor? Aonde... aonde... aonde?...  
O eco ao pé de mim segreda... desgraçada...  
E só a voz do eco, irónica , responde!  
Estendo os braços meus! Chamo por ti ainda!  
O vento, aos meus ouvidos, soluça a murmurar;  
Parece a tua voz, a tua voz tão linda  
Cantando como um rio banhado de luar!  
Eu grito a minha dor, a minha dor intensa!  
Esta saudade enorme, esta saudade imensa!  
E Só a voz do eco à minha voz responde...  
Em gritos, a chorar, soluço o nome teu  
E grito ao mar, à terra, ao puro azul do céu:  
Aonde estás, amor? Aonde... aonde... aonde?...            
            
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                Poema enviado em 23/05/2025