SOL POSTO
            Por: Florbela Espanca
            
                Sol posto. O sino ao longe dá Trindades  
Nas ravinas do monte andam cantando  
As cigarras dolentes... E saudades  
Nos atalhos parecem dormitando...  
É esta a hora em que a suave imagem  
Do bem que já foi nosso nos tortura  
O coração no peito, em que a paisagem  
Nos faz chorar de dor e de amargura...  
É a hora também em que cantando  
As andorinhas vão pelo meio das ruas  
Para os ninhos, contentes, chilreando...  
Quem me dera também, amor, que fosse  
Esta a hora de todas a mais doce  
Em que eu unisse as minhas mãos às tuas!...            
            
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                Poema enviado em 23/05/2025