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Enquanto quis Fortuna que tivesse

Por: Luís de Camões

Enquanto quis Fortuna que tivesse
Esperança de algum contentamento,
O gosto de um suave pensamento
Me fez que seus efeitos escrevesse.
Porém, temendo Amor que aviso desse
Minha escritura a algum juízo isento,
Escureceu-me o engenho co tormento,
Para que seus enganos não dissesse.
Ó vós, que Amor obriga a ser sujeitos
A diversas vontades! Quando lerdes
Num breve livro casos tão diversos;
Verdades puras são, e não defeitos;
E sabei que, segundo o amor tiverdes,Tereis o entendimento de meus versos.
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Poema enviado em 23/05/2025